O CAPITALISMO BRASILEIRO É UM AMOR, É OU NÃO É? - CAPÍTULO - LVI
INTRODUÇÃO
"Temos a notável capacidade de banalizar a corrupção e a fraude, que incomodam, mas paradoxalmente são toleradas como esperteza. Como um ato de sobrevivência e, talvez o mais deletério, de realismo sociopolítico. Vale fraudar um fraudador para impedir outro fraudador, criando um poço sem fundo. Além disso, as fraudes são graduadas. Roubar um celular tem consequências mais severas do que “manipular” ou “maquiar” um orçamento a que ninguém tem acesso. Como os pecados, as fraudes são relativizadas. Feitas por companheiros ou lidas como espertezas são englobadas numa “ética de malandragem” cujo paradigma é Pedro Malasartes e Macunaíma e, assim, perdoadas". Roberto Damata - Antropólogo
Produtor rural é preso pela PF por manter trabalhadores em condição análoga à escravidão em Farroupilha-RS
Trabalhadores eram submetidos a jornadas de 10 horas na colheita de maçãs
Marcel Horowitz
A Polícia Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizaram, na terça-feira do dia 13 de fevereiro de 2024, numa ação conjunta para repressão ao trabalho escravo no município de Farroupilha, na Serra gaúcha. Um homem foi preso.
As diligências iniciaram após recebimento de denúncia pela PF e resultaram no resgate de quatro trabalhadores brasileiros, sendo dois menores de idade, de 15 e 17 anos, e um de nacionalidade uruguaia. As vítimas estavam trancadas no alojamento de uma propriedade rural produtora de frutas.
As informações iniciais indicam que os trabalhadores eram submetidos a jornadas de 10 horas. Eles atuavam na colheita de maçãs.
O produtor rural foi preso em flagrante pelo crime de redução à condição análoga a de escravo (Art. 149 do Código Penal) e será encaminhado ao sistema penitenciário. A pena prevista quando há emprego de menor de idade pode chegar a 12 anos de reclusão.
Os trabalhadores resgatados foram ouvidos e serão assistidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Publicado originalmente no jornal Correio do Povo
